Dom Silvério Bispo da época da primeira aparição de Anguera |
Trinta e seis anos após ter sido relatado ao então Bispo da diocese de Feira de Santana, Dom Silvério, diocese que pertence Anguera não houve estudo por parte do Bispo seguindo os critérios determinados pela Congregação para a Doutrina da Fé, sendo essa uma obrigação do prelado local.
A diocese está no terceiro Bispo, Dom
Silvério já faleceu e o atual, Dom Zanoni, tendo tomado posse há mais de oito
anos, afirma que existe uma comissão estudando o acontecimento.
Esta comissão, segundo o suposto
vidente, foi criada cerca de dez anos após a primeira suposta aparição, porem,
com mais de três décadas do inicio do fato, também essa comissão ainda não apresentou
nem um parecer, mesmo que provisório.
Fica claro que o silêncio do bispo do
inicio da aparição, Dom Silvério, foi uma tentativa de fazer a suposta aparição
cair no esquecimento por si, mas o vidente tinha a salva guarda de um ou dois padres
da diocese, pela amizade que esses tinham com seus familiares. O vidente, mesmo
sendo um jovem “simples da roça”, como ele mesmo costuma se referir, foi bem
orientado e passou a divulgar o acontecimento em programa de rádio.
Passou também a viajar, de inicio para as regiões próximas, ele da o nome
a essas viagens de “missão”, faz palestras e a suposta aparição o acompanha,
essas reuniões no momento da aparição parece tratar-se de uma sessão espirita e
não de um ato de um leigo católico que reúne famílias para rezar o terço e
falar da devoção a Nossa Senhora.
Tudo isso foi ganhando corpo sem que
o bispo da diocese tomasse alguma providência, pelo menos não tem nada
publicado que demostre que houve uma analise criteriosa, o que deveria ter sido
feito pela comissão de estudos da suposta aparição que foi instituída para esse
fim.
Outro fator do crescimento dessa suposta
aparição foi o momento em que se deu o fato, em plena ebulição da renovação
carismática católica, movimento neopentecostal visto por muitos como a salvação
da Igreja diante da crise de identidade pós-concilio Vaticano II que afugentou
os jovens das missas dominicais.
Padres famosos da renovação
carismática afluíram ao local para fazer suas pregações sem averiguar a
veracidade do fato, sem perguntar se o bispo local já tinha dado as devidas permissões
para o culto no local. Nos primeiros anos esses padres foram os responsáveis pelas
dezenas de ônibus de carismáticos que chegavam ao local para “ver” a aparição
que nunca deu um sinal visível à multidão presente.
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